Cannabis medicinal

A agência indonésia de estupefacientes vai estudar a legalização da canábis medicinal

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A Agência Nacional de Estupefacientes da Indonésia (BNN) anunciou que vai iniciar um estudo sobre o potencial terapêutico da canábis medicinal.

O estudo será efectuado em colaboração com o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Investigação e Inovação (BRIN).

“Pedimos tempo para realizar este estudo porque a canábis é atualmente objeto de um debate sobre a sua legalização para fins medicinais”, declarou Marthinus Hukom, diretor da BRIN. “Precisamos, portanto, de resultados de investigação mais precisos”

A revisão científica será realizada no laboratório forense da BNN, que Hukom descreve como um dos mais avançados do Sudeste Asiático, e segue uma decisão do Tribunal Constitucional de 2020 que instou o governo a avaliar os benefícios médicos da cannabis.

Uma política cautelosa em uma região em mudança

Atualmente, a Indonésia classifica a cannabis como um narcótico de Categoria I, ao lado de substâncias consideradas sem benefícios para a saúde.

Os crimes relacionados com drogas implicam penas severas, incluindo longas sentenças de prisão, a pena de morte para os traficantes e execuções sumárias para os utilizadores. No entanto, a decisão do Tribunal Constitucional abriu caminho a uma revisão legal, permitindo que a investigação científica se realize num quadro rigorosamente controlado.

A decisão surge também numa altura em que a dinâmica regional está a mudar. Em 2022, a Tailândia fez manchetes internacionais ao legalizar a canábis medicinal e, posteriormente, ao descriminalizar o seu uso mais alargado, em forte contraste com as políticas fortemente proibicionistas da Indonésia. Embora as autoridades de Jacarta tenham permanecido cautelosas, a iniciativa de investigação da BNN sugere que as atitudes reguladoras estão a mudar, embora lentamente.

Hinca Panjaitan, membro da Comissão III da Câmara dos Representantes da Indonésia, é um dos críticos mais francos do atraso do governo. Sublinhou que o acórdão do Tribunal Constitucional deveria ter despoletado os esforços de investigação muito mais cedo.

“Uma criança que sofria de paralisia cerebral há 10 anos morreu recentemente. O pai dessa criança foi um dos que apresentou um recurso”, disse, citado pelos media locais. “O Estado demorou demasiado tempo a atuar numa investigação que deveria ter começado há anos”

Sem calendário, mas com grandes expectativas

Apesar da natureza inovadora do anúncio, não foi estabelecido um calendário específico para a conclusão do estudo. Hukom sublinhou que a investigação deve ser exaustiva, rigorosa e baseada em dados científicos credíveis antes de poderem ser consideradas quaisquer alterações políticas.

“Isto faz parte da nossa obrigação constitucional”, observou, sugerindo que a agência está sob pressão legal e moral para atuar de forma decisiva.

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