O que é o ácido canabidiólico (CBDA)?

O ácido canabidiólico, ou ácido canabidiol, é um composto químico presente nas plantas de canábis. Durante o crescimento, produz ácido tetrahidrocanabinólico (THCA) e ácido canabidiólico (CBDA), em vez de THC e CBD diretamente. O CBDA é portanto um canabinóide precursor do canabidiol (CBD). Pode, portanto, ser encontrado em abundância no cânhamo.

O CBDA contém um átomo de carbono. Quando aquecido ou por catálise, o ácido canabidiol perde o seu átomo de carbono e transforma-se em CBD: é o processo de descarboxilação. No óleo, o CBDA também é transformado em CBD, e o óleo de canábis concentra então o CBD. O CBDA é considerado inativo, enquanto o CBD é um composto ativo da cannabis.

Tal como o CBD, o CBDA não tem efeito psicoativo. Tem, portanto, um efeito contrário ao THC, e sinérgico no efeito ambiental, e é utilizado para fins terapêuticos.

Os benefícios do ácido canabidiol (CBDA)

• Prioridades anti-inflamatórias

A canábis é uma das plantas medicinais mais antigas conhecidas. De acordo com este estudo publicado na revista Drug Metabolism and Disposition, as propriedades medicinais presentes na canábis não são negligenciáveis. O CBDA, por exemplo, demonstrou ser eficaz para reduzir a inflamação e a sua proliferação. Até à data, os estudos científicos contradizem-se quanto ao facto de o CBDA ser mais potente do que o CBD na sua utilização terapêutica.

• CBDA contra náuseas e vómitos

Um outro estudo mostra a capacidade do CBDA de reduzir as náuseas e os vómitos. Realizado em ratos, o estudo mostra que este canabinóide parece ativar um recetor celular no tronco cerebral dos roedores. Este recetor encontra-se na serotonina à superfície das células dos animais, mas também dos seres humanos. A ativação desse recetor celular aumentou durante o tratamento com CBDA, reduzindo o vômito em roedores.

• CBDA contra o cancro da mama

O cancro da mama é um dos tumores mais frequentes e a principal causa de morte relacionada com o cancro nas mulheres. Em 2012, quase 50.000 novos casos de cancro da mama foram diagnosticados em França, com uma morbidade de 20%. Este estudo demonstrou que a CBDA pode ter propriedades positivas no cancro da mama. Pensa-se que a CBDA impede a migração das células humanas do cancro da mama. No entanto, este estudo foi efectuado fora do corpo humano, apenas com células, o que, de momento, constitui uma prova bastante fraca.

São necessários mais estudos para avaliar o verdadeiro potencial do CBDA nas células cancerígenas. Embora um novo estudo publicado em 2014 apoie o primeiro estudo publicado dois anos antes, ou seja, que o CBDA retarda a metástase (o mecanismo pelo qual as células cancerosas migram para outra parte do corpo), a evidência permanece sugestiva, mas não conclusiva.

Mehdi Bautier