Connect with us

Novo dispositivo identifica canabinóides sintéticos em segundos

Published

on

Aparelho de deteção de canabinóides sintéticos
Nos siga no Facebook
PUBLICITE

Investigadores brasileiros revelaram um novo sensor de mão concebido para detetar canabinóides sintéticos em líquidos vaporizadores e amostras biológicas (por exemplo, flores de cânhamo).

Riscos crescentes dos canabinóides sintéticos nos cigarros electrónicos

Mesmo sem substâncias ilícitas, o líquido utilizado nos cigarros electrónicos pode causar graves problemas de saúde. Em muitos casos, a concentração de nicotina é várias vezes superior à dos cigarros tradicionais, levando a uma rápida dependência. A situação é particularmente alarmante no Brasil, onde cigarros electrónicos estão proibidos pela Anvisa, mas os dispositivos continuam a ser vendidos sem qualquer controlo de qualidade.

“Alguns desses líquidos contêm até 100 vezes mais nicotina do que um cigarro convencional”, explicou Luciano Arantes, pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Substâncias Psicoativas (INCT-SP), em entrevista à Agência FAPESP. Ele também apontou a presença de aditivos como o acetato de vitamina E, que tem sido associado a mortes e lesões pulmonares graves nos Estados Unidos.

O problema é agravado pelo uso clandestino de canabinóides sintéticos. Criadas em laboratório para imitar o THC, o principal composto psicotrópico da canábis, estas moléculas são frequentemente muito mais potentes, conduzindo por vezes a convulsões, episódios psicóticos e mesmo a overdoses fatais.

PUBLICITE

“O que estamos a assistir é a uma corrida química. Os grupos clandestinos estão produzindo drogas com estruturas cada vez mais potentes, que exigem doses mínimas”, alertou Arantes.

Um sensor portátil para deteção rápida

Em resposta a esses riscos, cientistas da Unicamp e de outras instituições, em colaboração internacional, desenvolveram um sensor eletroquímico portátil capaz de identificar essas substâncias. O dispositivo utiliza um eletrodo de diamante dopado com boro conectado a um potenciostato portátil, que por sua vez pode ser ligado a um smartphone via USB ou Bluetooth.

“Desenvolvemos um método eletroquímico que identifica diferentes moléculas de canabinóides sintéticos com elevada seletividade e sensibilidade”, explica Larissa Magalhães de Almeida Melo, primeira autora do estudo publicado na Talanta.

“A análise pode ser feita em qualquer lugar, com uma pequena amostra, e o sensor responde com um sinal eletroquímico caraterístico.”

PUBLICITE

Testes realizados com AB-Chminaca e MDMB-4em-Pinaca, dois dos canabinóides sintéticos mais comuns no Brasil, mostraram que o sensor pode detetar concentrações tão baixas quanto 0,2 µM, mesmo na presença de altos níveis de nicotina.

“A grande vantagem do nosso dispositivo é a sua seletividade. Mesmo com a complexidade das amostras, conseguimos focar apenas nas substâncias que nos interessavam”, acrescentou Wallans Torres Pio dos Santos, professor da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri e coordenador do estudo.

Aplicações para a saúde e redução de danos

Além do uso forense, o sensor pode se tornar uma ferramenta essencial no atendimento de emergência em caso de overdose e em iniciativas de redução de danos. O dispositivo já está sendo testado como parte do projeto BACO, uma parceria entre a Unicamp e o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que analisa amostras de saliva para monitorar o uso de novas substâncias psicoativas em festas e festivais.

“Esses canabinóides sintéticos estão em constante evolução. Novas variantes surgem a todo momento, e muitas delas são extremamente potentes e perigosas”, ressalta Melo. “O nosso objetivo é desenvolver tecnologias que possam ser utilizadas no terreno. Queremos que os consumidores saibam o que estão a consumir e possam tomar uma decisão informada. Isto pode evitar envenenamentos graves e até salvar vidas”

De acordo com Santos, os inquéritos indicam que 63% dos consumidores não sabem que substância estão a consumir, acreditando que é uma coisa quando na realidade pode ser um composto muito mais potente e perigoso. A capacidade de identificar substâncias no local poderia, portanto, representar um ponto de viragem na prevenção de riscos.

Extensão da deteção a outras substâncias

A adaptabilidade da tecnologia é outra vantagem. Os investigadores já estão a alargar o método à deteção de análogos do LSD, catinonas e feniletilaminas, com o objetivo de incorporar ainda mais funcionalidades práticas, como reagentes colorimétricos para uma fácil interpretação visual.

Como resumiu Arantes para a Agência FAPESP, “o objetivo é levar a ciência para onde ela pode ter impacto direto. Especialistas, médicos e profissionais de saúde precisam de ferramentas acessíveis, rápidas e confiáveis para enfrentar os desafios impostos pelas novas drogas. O que oferecemos é uma solução prática, portátil e expansível”

Artigos recentes

Sítios parceiros

Compre as melhores sementes de canábis feminizadas da Original Sensible Seeds, incluindo a sua variedade emblemática Bruce Banner #3.

Trending

Voltar a encontrar-nos nologo Google NewsNewsE noutras línguas:Newsweed FranceNewsweed ItaliaNewsweed EspañaNewsweed NederlandNewsweed Deutschland

Newsweed é o primeiro meio de comunicação legal e mundial sobre canábis em Europa - © Newsweed