Connect with us

Um tribunal italiano contesta a repressão de Meloni contra o cânhamo e confirma a legislação europeia

Published

on

Decisão do tribunal de Parma sobre o CBD
Nos siga no Facebook
PUBLICITE

Num grande revés para a tentativa do governo italiano de reprimir a indústria do cânhamo, um tribunal de Parma decidiu a favor do empresário Luca Marola, fundador da EasyJoint, alegando que as flores de cânhamo e os seus derivados são legais ao abrigo da lei da União Europeia.

A decisão surge após seis anos de batalhas legais, que culminaram na absolvição de Marola das acusações de tráfico de drogas e posse ilegal após uma rusga policial em 2019.

Marola, cuja empresa já foi líder do mercado italiano em produtos de cânhamo com baixo THC, foi acusado de crimes de drogas depois que as autoridades apreenderam mais de 650 kg de flores de cânhamo industrial e 19 litros de óleo de cânhamo. No final, o tribunal considerou que as acusações não existiam, rejeitando o caso da acusação e ilibando o Sr. Marola de todas as acusações.

“Esta investigação foi grotesca”, afirmou Marola após o veredito. “Eles destruíram um armazém no valor de 2 milhões de euros e o primeiro negócio de luz de cannabis em Itália.”

PUBLICITE

O polémico decreto

A decisão desafia diretamente o decreto de segurança introduzido pela primeira-ministra Giorgia Meloni em abril. Aprovado sem debate parlamentar ao abrigo dos poderes de emergência, o decreto criminaliza o cultivo de cânhamo ativo, a sua venda e a posse de compostos não psicoactivos tais como CBD, CBG e CBN, classificando-os como narcóticos.

Os críticos classificaram-no de “decreto repressivo”, alertando para o facto de ignorar as provas científicas e de violar tanto as regras do mercado interno da UE como a Constituição italiana. O artigo 18º do decreto prevê também novas classificações e sanções penais não relacionadas com o cânhamo, o que suscita preocupações quanto às motivações ideológicas mais vastas do decreto.

“Este veredito destrói a teoria ideológica de que as flores e os óleos de cânhamo são drogas, independentemente do seu conteúdo”, afirmou Chiara Appendino, do Movimento 5 Estrelas. “Envia uma mensagem clara: proibir tudo por ideologia só destrói empresas e perturba vidas”

Conflitos constitucionais e com a UE

O advogado de defesa Giacomo Bulleri argumentou no julgamento que a posição da Itália sobre o cânhamo industrial é contrária à legislação europeia.

PUBLICITE

https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:7333905144532590592/

O Tribunal de Justiça Europeu já decidiu que o CBD não é um estupefaciente e não pode ser restringido sem provas científicas da sua nocividade. Os juristas italianos, incluindo o Professor Alfonso Celotto, argumentam que as leis nacionais contrárias às disposições europeias devem ser ignoradas.

Embora um tribunal regional do Lácio tenha recentemente mantido a proibição de produtos orais de CBD por razões de saúde pública, muitos especialistas acreditam que estas preocupações são exageradas e não são apoiadas por consenso científico.

Stefano Vaccari, membro do Partido Democrático, classificou a decisão de Parma como “a primeira resposta à fúria ideológica do governo Meloni”, salientando que as flores de cânhamo não são consideradas estupefacientes ao abrigo da lei italiana.

Consequências para o sector

O decreto do governo causou danos consideráveis ao sector do cânhamo em Itália, que apoia mais de 3.000 empresas e emprega cerca de 23.000 pessoas. O valor estimado do sector antes da repressão era de cerca de 2 mil milhões de euros. Desde a proibição, muitas empresas fecharam ou ficaram num limbo jurídico.

“De um dia para o outro, os produtores agrícolas honestos foram transformados em criminosos”, disse Canapa Sativa Italia, uma das muitas associações comerciais que contestam o decreto em tribunal.

Apesar da crescente reação nacional e internacional, o governo de Meloni não tem intenção de reverter o seu decreto. Espera-se agora que a Comissão Europeia avalie a compatibilidade da lei com as regras comerciais da UE, e o parlamento italiano deve decidir até ao início de junho se ratifica ou rejeita a medida. O presidente Sergio Mattarella ainda não assinou o decreto que a torna uma lei permanente.

Como é que isto chegou a este ponto?

O confronto entre o Governo italiano e a indústria do cânhamo é o resultado de uma longa batalha ideológica. Enquanto a UE oferece proteção legal a produtos com baixo teor de THC, o Governo Meloni optou por considerar o cânhamo como uma ameaça à segurança pública, sem basear a sua política em investigação científica ou argumentos económicos.

A decisão do Tribunal de Parma põe fim a esta retórica e cria um precedente jurídico que permitirá que a resistência continue. Para muitos no sector, é também uma vitória moral, prova de que ainda existem mecanismos legais e democráticos para desafiar leis desproporcionadas e politicamente motivadas.

Enquanto se preparam novas acções judiciais e a UE observa atentamente a situação, a indústria italiana do cânhamo luta não só pela sua sobrevivência, mas também pelo reconhecimento como parte legítima da economia agrícola da Europa. Nas palavras dos líderes da indústria: “O mundo do cânhamo industrial não está preparado para sofrer decisões ilógicas e inconstitucionais em silêncio.”

Artigos recentes

Sítios parceiros

Compre as melhores sementes de canábis feminizadas da Original Sensible Seeds, incluindo a sua variedade emblemática Bruce Banner #3.

Trending

Voltar a encontrar-nos nologo Google NewsNewsE noutras línguas:Newsweed FranceNewsweed ItaliaNewsweed EspañaNewsweed NederlandNewsweed Deutschland

Newsweed é o primeiro meio de comunicação legal e mundial sobre canábis em Europa - © Newsweed